Converso e leio que muitas pessoas tem momentos de inspiração em horários inusitados, e que logo depois, quando não foi possível anotar nenhuma palavra, tudo aquilo que foi pensado e repensado, desaparece completamente, e não é lembrado nem por reza brava. Ibisen ibidem. Não sei bem se está correto, mas enfim, comigo acontece igualzinnho.
Quando estou na minha caminhada na represa, às vezes assistindo um filme, outras ouvindo uma música, outras tomando banho, conversando, num restaurante...vem um lampejo de algo tão gostoso, ou triste, e daí não tenho onde anotar nada, e penso: assim que pegar uma caneta, ou chegar até o computador, dou uma pincelada. Que nada! Aquilo toma um chá de sumiço, que nem se onde vai parar...e quando estou com tempo não sai nadica.
Bem, mas "vamo que vamo", talvez ficar com uma caneta e um papel em sentinela, seja uma solução, ou um gravador! Eureka!
Mas aí, bem, aí chega o meu querido Tom Jobim, que eu amo de paixão, que disse que ainda bem que ele tinha uma caneta quando estava sobrevoando o Rio de Janeiro, chegando de uma viagem, e teve aquela inspiraçãozinha de leve , enquanto apreciava aquela paisagem maravilhosa e aconteceu só isso:
Minha alma canta,Vejo o Rio de Janeiro,
Estou morrendo de saudades
Rio você...Foi feito prá mim...