Conheci a poesia de Manoel de Barros, e estou feliz demais por isso! Ele me provocou emoções, nostalgias e risos, como há muito não sentia.
Ele escreve com pureza, com um amor sem limite, mas não dá pra definí-lo. É simplesmente envolvente, gostoso, singelo.
O nome deste livro é incrível: "O livro das ignorâças". Rubem Alves que o indicou em uma de suas crônicas.
Sinto-me confortável como se estivesse ao lado de um amigo de muito tempo, e não vou deixá-lo mais !
"Bernardo é quase árvore.
Silêncio dele é tão alto que os passarinhos ouvem de longe.
E vêm pousar em seu ombro.
Seu olho renova as tardes.
Guarda num velho baú seus instrumentos de trabalho:
1 abridor de amanhecer,
1 prego que farfalha,
1 encolhedor de rios e
1 esticador de horizontes.
(Bernardo consegur esticar o horizonte usando três fios de teias de aranha. A coisa fica bem esticada)
Bernardo desregula a natureza.
Seu olho aumenta o poente.
(Pode um homem enriquecer a natureza com a sua incompletude?).
Não é por acaso que é considerado o "Guimarães Rosa da poesia", pois consegue "descascar as palavras até o caroço"...
Fui procurar farfalha no "Aurélio" , associei com "1 prego que farfalha", e a amizade por esse novo amigo cresceu mais ainda...
Sonica, não foi em vão que tatuei Guimarães Rosa na nuca. Sou apaixonada por ele!!!!
ResponderExcluirE Manoel de Barros está na minha cabeceira. Além de outro cumpadre que adoro: ManUel Bandeira.
Aliás: por que não escreve textos sobre teus livros preferidos? Ou filmes?
bjos,Norita