"O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados pelos que se interessam."
Arnold Toynbee
Arnold Toynbee
A indignação gritou alto, e olha eu aqui batendo naquela benedeta tecla, pela penúltima vez, prometo!
Dilma ganharia a eleição no primeiro turno se a eleição fosse hoje. O governo Lula está com 79% de aprovação.
Dilma ganharia a eleição no primeiro turno se a eleição fosse hoje. O governo Lula está com 79% de aprovação.
O meu x: Quem são os que aprovam? Penso, conjecturo, reflito, tenho minhas certezas e minhas dúvidas.
Eu faço parte dos 20% que reprovam essa sacanagem, essa roubalheira sem fim, essa falta de respeito, de caráter, essa corja de fantasmas (são afastados, denegridos moralmente, e de repente, ressuscitam em melhores situações) que assombra o cidadão que paga os impostos exorbitantes, que tem vergonha na cara, e que se assusta, se comove e se preocupa com o país que seus filhos e netos herdarão.
Ontem, consegui resolver a incógnita tenebrosa:
“Repetidamente, o presidente Lula e Dilma se apresentam como pai e mãe dos brasileiros. Em 17/08, Lula declarou: “A palavra não é governar, a palavra é cuidar: quero ganhar as eleições para cuidar do meu povo, como a mãe cuida de seu filho.”
Ontem, consegui resolver a incógnita tenebrosa:
“Repetidamente, o presidente Lula e Dilma se apresentam como pai e mãe dos brasileiros. Em 17/08, Lula declarou: “A palavra não é governar, a palavra é cuidar: quero ganhar as eleições para cuidar do meu povo, como a mãe cuida de seu filho.”
...o que me choca é que eleitores possam ser seduzidos pela idéia de serem cuidados como crianças e preferí-la à de serem governados como adultos.
...se o governo for paternal ou maternal, o que o cidadão espera nunca será exigível, mas outorgado como um presente concedido por generosidade amorosa.
...a vida adulta é sempre menos adulta do que parece: ela é pilotada por restos e rastos da infância.
...tornar-se adulto é um processo árduo e sempre inacabado. Por isso mesmo, a quem luta para se manter adulto, qualquer paternalismo dá calafrios.
...se o Estado é um pai ou uma mãe para mim, eu não tenho deveres, só dívidas amorosas, e se esse Estado me desrespeita, é que ele me rejeita, que ele trai o meu amor. Por esse caminho, amado ou traído pelo Estado, nunca me considerarei como um entre outros, o que é uma condição da vida em sociedade, mas sempre como a menina dos olhos do poder.
...agora, se eu me sentir traído, não me contentarei em mudar meu voto, mas procurarei vingança no corpo a corpo, quem sabe, arma na mão; pois essa é a linguagem da paixão e de suas decepções. “O paternalismo, em suma, semeia violência.”
O que está em negrito, foi publicado ontem(Ilustrada, 26/08/10) na Folha, escrito pelo Contardo Calligaris. O texto na íntegra está imperdível, e para os apaixonados pela psicanálise, a conclusão: “Enfim, se é verdade que muitos preferiram ser objeto de cuidados maternos ou paternos a serem “friamente’ governados, pois bem, nesse caso, a psicanálise ainda tem várias boas décadas de utilidade pública entre nós. É uma boa notícia para a psicanálise. Não é uma boa notícia para o mundo fora dos consultórios.”
Resolvi a equação. Obrigadíssima Calligaris. Ponto final.
...se o governo for paternal ou maternal, o que o cidadão espera nunca será exigível, mas outorgado como um presente concedido por generosidade amorosa.
...a vida adulta é sempre menos adulta do que parece: ela é pilotada por restos e rastos da infância.
...tornar-se adulto é um processo árduo e sempre inacabado. Por isso mesmo, a quem luta para se manter adulto, qualquer paternalismo dá calafrios.
...se o Estado é um pai ou uma mãe para mim, eu não tenho deveres, só dívidas amorosas, e se esse Estado me desrespeita, é que ele me rejeita, que ele trai o meu amor. Por esse caminho, amado ou traído pelo Estado, nunca me considerarei como um entre outros, o que é uma condição da vida em sociedade, mas sempre como a menina dos olhos do poder.
...agora, se eu me sentir traído, não me contentarei em mudar meu voto, mas procurarei vingança no corpo a corpo, quem sabe, arma na mão; pois essa é a linguagem da paixão e de suas decepções. “O paternalismo, em suma, semeia violência.”
O que está em negrito, foi publicado ontem(Ilustrada, 26/08/10) na Folha, escrito pelo Contardo Calligaris. O texto na íntegra está imperdível, e para os apaixonados pela psicanálise, a conclusão: “Enfim, se é verdade que muitos preferiram ser objeto de cuidados maternos ou paternos a serem “friamente’ governados, pois bem, nesse caso, a psicanálise ainda tem várias boas décadas de utilidade pública entre nós. É uma boa notícia para a psicanálise. Não é uma boa notícia para o mundo fora dos consultórios.”
Resolvi a equação. Obrigadíssima Calligaris. Ponto final.